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quem sou eu?
 
 
As raízes sempre foram fonte da minha curiosidade e admiração.
 
Tão agarradas à terra elas, a meu ver, sempre pareceram trazer  consigo uma intimidade muito grande  com a essência do mundo das árvores. Acredito que essa predileção foi muito importante no momento em que decidi compartilhar o meu caminho como criadora, arquiteta de interiores e artista visual, em busca de unidade que pudesse tecer a forma como expresso meu trabalho, olhei exatamente na direção das raízes.
 
" Cada produção de um artista deve ser a expressão de uma aventura de sua alma ” (William Somerset Maugham, romancista e dramaturgo britânico).

“ Um artista é um sonhador que consente em sonhar o mundo real (George Santayana, filósofo).
 
E foi exatamente em minhas próprias raízes que encontrei a resposta encantadora: grande parte do que me movia em meus trabalhos vinha de preceitos adquiridos em anos de um caloroso convívio com a minha avó. E, mais especificamente, dos momentos que compartilhávamos costurando juntas.





 
Memória e caminho

 
Com ela, desde bebê, ouvia o ruído das máquinas de costura.
Via seu cuidado em alinhar e harmonizar o caimento de peças adquiridas por suas clientes, sempre sorridente, alegre e de bem com a vida.
 
Fui crescendo neste cenário. E ficando cada dia mais envolvida com esse universo. Ao poucos me aproximei de seu cantinho de costura, mexendo em suas linhas coloridas, pedaços de tecido de diversas texturas e tamanhos, entendendo como funcionavam aquelas ferramentas que ela tinha tanto prazer em me mostrar.
 
Comecei eu também a produzir algumas peças. Primeiro saquinhos que seriam enchidos com pedras e utilizados em brincadeiras. Depois roupas de festa junina, alguma peça que eu queria experimentar, projetos sempre cheios de detalhes inusitados e que eu e minha avó executávamos em uma parceria vigorosa e harmoniosa.
 
Com ela e ao lado de sua máquina tive a oportunidade de experimentar a liberdade de misturar, criar, expressar, harmonizar.  Foi com estas experiências que deixei meu corpo brincar – sempre coberto por panos coloridos que eu podia arranjar à minha maneira. Quando desfilava para a vovó era sempre comparada com a Carmen Miranda (ou à tia Irení que, embora eu nunca tenha conhecido, também tinha sido uma pessoa que se divertia e misturava cores de maneira inusitada).

Mais tarde, minha avó foi uma espécie de sócia me auxiliando na escolha de profissionais que produziam bolsas que eu criava e vendia pela internet. Eu tinha 23 anos de idade, já era mãe, mas ainda nutria a minha criatividade naquele mesmo espaço cheio de afeto e histórias, abarrotado de capricho. Também ali comecei a arejar as ideias que me fariam realizar a faculdade de Arquitetura e Urbanismo e partir para a grande cidade, a metrópole, a capital. E lá continuar tecendo este processo que, hoje eu percebo, nasceu do barulho das máquinas de costura.
 
Este processo de percepção sobre as raízes do meu trabalho me levou a compreender que algumas linhas nunca deixaram de estar presentes, alinhavando e nutrindo as minhas atuações e colaborações como arquiteta e criadora. São pontos que nasceram do convívio com a minha avó e se transformaram ao longo do tempo em influências bastante nítidas, reforçadas por todo o conhecimento adquirido ao longo de mais de uma década de estudos e atividade profissional.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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